Como bom espiritualista procurei conhecer muitas religiões e aprender com elas... 'contece que na maioria das vezes o sagrado só mostra-se e leva ao êxtase espiritual o praticante legítimo...
O Candomblé, e a África em geral, sempre muito me fascinou. E estranhava aqueles homens fortes arrancados de sua TerraMãe(E Mãe de todo nós!) pouco terem lutado contra o maquiavélico homem europeu... Bah! Mas quem foi que disse que não lutaram? Muito sangue foi derramado!!! Lutam até hoje... Todos os descendentes de negros escravos ou não, valorosos quilombolas ainda hoje pouco foram ressarcidos de tudo que lhes foi e ainda é terrivelmente usurpado... Toda essa força da história africana eu vejo refletida na energia(Axé) e na beleza do candomblé!!
Pouco, muito pouco eu conhecia da religião e da história e da cultura africana...
Abençoado eu sou por os ventos e marés terem me posto no caminho de pessoas como
Anaxilê e Korin... Que vim a conhecer na
I Conferência Estadual da Juventude, entre as plenárias e debates pude conhecer um pouco deles e da cultura afro, e assitir a um espetáculo que, oh Céus! Um verdadeiro Banho de Axé! Depois de sentir a energia maravilhosa que o Kundun Balê(Aquele que realiza)- grupo de dança e resgate da cultura afro -emana em apresentações pelo estado todo...
E com esses amigos que fui conquistando(e sendo conquistado!) fui "trocando figurinhas" entre o candomblé e o paganismo, sempre com espaço para outros panos como o Espiritísmo, a Umbanda, O Shintoísmo, Budismo, etc...
Com
Anaxilê eu voltei a sentir prazer em dividir o conhecimento que a tanto eu guardava com medo da já pesada repressão... Eis que pude reencontrar-me no silêncio que pairava e na saudade que sentia quando há muito não os via. "...
Pra subir é preciso descer..."
Sereia me fez voltar a dançar também... E salvar as sementes e os temperos("...
p'ra temperar os sonhos e curar as febres...") Minh'alma irmã foi o sorriso que eu já não encontrava...
Sawabona!(Eu te respeito, eu te valorizo, você é importante p'ra mim.)
Em
Korin eu abracei um abraço que tão grande eu nunca tinha abraçado... Uma vontade e protagonismo que merece todos os aplausos que o Kundun recebe e muitos mais que receberá! Desse
grande homem a mim partiram lindas atitudes que são ainda mais motivos p'ra a
enorme admiração que eu sinto por ele...
E todos os outros amados meus, que sempre me acolheram com um grande sorriso e um forte abraço negro! Kunta e Odara(também participantes do grupo 'espiritualidade') E os que conheci depois: Nayan, Kitayla, Afíxirê, Baduh, Djankaw, Dinlê, Makenah e Lunan(
saudades...) e todos os
Ogans, que ainda estou conhecendo já muito são importantes em meu dia-a-dia... Eis que já são parte de mim!
Tão grande é p'ra mim esse sentimento com os
candomblecistas e sua pura pratica espiritualista que agora cá venho apresentar um pouco do que eu aprendi com eles e gostaria que todos que possam ter afinidade com o paganismo também conheçam o candomblé, essa religião que fortaleceu minha alma de uma maneira que eu nunca ousei sonhar...
Dos textos e mensagens que, com imensa alegria e satisfação em somar emultiplicar dividindo conhecimentos, que troquei com
Anaxilê(Aquela que encanta quando dança!):
Pode-se trazer à tona infinita sabedoria com esse modo de viver, com essa religião muito linda de se conhecer...
O candomblé, segundo o nosso modo de vivê-lo é simples. O mais puro jeito de se entrar em contato com "DEUS"(entre aspas porque não existe propriamente 'Um Deus'...) Ao nosso modo somos todos deuses, porque os que chamamos ORIXÁS foram humanos como nós, foram pessoas que souberam fazer, e melhor, fizeram o que devia ser feito na hora em que decidiram ser certa...
O africano não vê distinção entre o bem e o mal, simplesmente porque ela não existe no candomblé, e digo por ser este o modo mais próximo da vida dos nossos ancestrais africanos... A religião puramente, antes de se miscigenar com outras religões... No candomblé, não existe "o lado mal das coisas", existe a causa e a consequência: Aquilo que faço de mal para os que estão a minha volta, certamente voltará para mim. "o mundo é redondo". É a partir de coisas assim que o candomblé se funde com filosofias orientais, e com a sua.
(Anaxilê refere-se ao paganismo e minha 'Bruxaria Verde'... Vejam irmãos pagãos o quanto somos parecidos... E mais, como sempre digo: 'A verdade é uma só!' e repito "O Mundo é Redondo"! e o mundo é um só! O porque disso que paresse assim tão óbvio é mais uma das grandes manifestações do "Súnbolón" O Mundo é um só porque todo juntos é que devemos viver! só assim Viveremos!)
Através da natureza, que é nosso meio de ligação com os deuses, que nos sentimos parte do mundo. Você ja ouviu a exprexão "sem natureza não existe orixá" ? É porque através dos elementos da natureza que entramos em contato com nossos "protetores de cabeça" (ORI = CABEÇA , XÁS = PROTETORES ) Deuses referentes as forças da natureza. E assim sua manifestação se dá através da incorporação em um de seus escolhidos...
(Transcendência! Eis cá mais um elo forte entre o paganismo e as religiões africanas... O nosso pentagrama representa a força e pureza do espírito sobrepujando os males "aprisionantes" da carne, o mesmo dá-se na descida dos Orixás)
Assim através desse filho, ele, o orixá, pode vir à terra, receber as provas de respeito, (oferendas) de seus filhos. Cada orixá tem a sua cor(uma ou mais), os seus gostos, comidas, bebidas(exceto um que é proibido de beber- oxalá o Pai da criação), seus animais, seus toques, seus movimentos de dança, suas preferências e suas kizilas - coisa que faz mal, suas antipatias - e assim por diante... Seres individuais(não confunda com individualistas) que tem gostos e vontades e desejos com os seres humanos, já que foram humanos como nós, como já disse antes.
Resumindo, o candomblecista busca acima de tudo o equilibrio entre essas forças, entre a natureza(Divino) e o homem(Sagrado)
Cada um de nós posui 3 orixás de cabeça, ou seja 3 protetores que unidos vão definir aquilo que chamamos personalidade. Assim, através de oferendas("agrados", digamos assim... ) os nossos protetores ficam cada vez mais perto de nós. (quem não gosta de receber presentes de pessoas que amamos? seja em forma de comidas, bebida, ou para algumas orixás perfumes, jóias, flores, assim por diante...)
Não existe maldade para um pai/mãe que cuida de seu filho, assim um orixá vai fazer o que for melhor para o seu filho ou filha, muitas vezes sem se importar com o outro. Mas para tudo há um preço, e aí cabe a cada um de nós distingüí-lo. O que eu faço de bem para o outro pode voltar em dobro para mim, o que eu faço de mal também...
(Ó só! No paganismo é o mesmo... Só que em triplo! ;D)
Assim, através de lendas a respeito de sua passagem pela terra, vamos nos inspirando na vida de nossos antepassados, e aprendendo a viver e ser bons, para que um dia possamos chegar a Oió, a morada dos orixás, antes de voltar para a terra(aiê).
Mas o que mais me toca do candomblé é a proximidade e amor supremo entre os orixás e o homem! Orixá é humanidade! Pelo fato de Yemanjá ter me adotado tão emocionante e docemente já sinto-me à vontade em honrá-la como minha Grande-Mãe Divina!
Como na Umbanda, 100 anos de Paz, Amor e Caridade, unindo elementos de diferentes religiões em perfeita harmonia praticando uma bonita espiritualidade sem fronteiras, como deve ser a espiritualidade...
Nos troncos de bonitas ávores pelas matas e também pelos canteiros das cidades cresce LIVRE e BELO o Líquen, um híbrido natural de alga e fungo...
A Natureza Nunca quebra suas próprias leis!
Apego-me a verdade das coisas divinas, naturais...
Delicío-me com a emoção que sinto nos braços de Yemanjá, Janaína.
Confio em meu Pai Oxóssi que leva meus medos e inseguranças e na flecha que livra meu espírito de exerim
Nas folhas de Ossain que dão o bálsamo a meu coração e Sonhos Verdes.
E Como a Umbanda para um amigo nosso, eu também sou muito grato ao candomblé por tudo que ele me proporcionou!
Malema Candomblé!
AXÉ
Alegría
Alegría
