terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"Perder-se também é caminho..." Espiritualidade, repressão e desvios

Meu reconhecimento pessoal e espiritual, na maioria das vezes, veio à tona de uma forma muito natural... E acho que até bastante rápida.
Como rabiscar teus "segredos mágicos" n'um velho livro ata 'inda em branco e logo depois descobrir que uns antigos 'pagãos' chamavam o livro de 'Grimório' ou Livro das Sombras... Coincidência pah!

Ao acordar d'um sonho magnífico, e muito estranho, onde você pode afirmar que certamente recebeu algum tipo de ensinamento valoroso e depois chegar até você uma história de "xamãs" que realizavam algo dito 'Viagem astral' e reconhecer-se empolgado como irmanado a esses homens tão misteriosos é um barato!

Encher tua casa com ervas e flores porque você sente verdadeiro amor por elas e também confirma por experiência suas influências sutis no desenrolar de determinados fatos e ler sobre 'Druidas' que entendiam o espírito das plantas é incrível...

Mas meu sorriso sempre deu-se com a naturalidade dos acontecimentos.

Reunir tuas ferramentas de cozinha e jardinagem, pô-las sobre um bonito véu n'uma mesinha, e admirado encontrar n'um site "dicas" de como preparar seu altar 'wiccano' é algo surpreendente, inexplicável...

Inventar forças sobrenaturais e depois sentí-las trabalhando em você é um pouco assustador mas muito prazeroso.
Buscar estreitar teu contato com a terra do quintal, com a água do rio próximo... Os ventos que sopram em teu telhado e até a chama d'uma vela é algo que recomendo... Mas saber de pessoas que ainda acreditavam em duendes e fadas e outros seres elementais foi à primeira vista bizarro mas também muito, muito lindo!
Bruxaria? "Credo"!
Wicca??? (Ou "Vica", rsrs...)
Ocultismo! Uau! Mas tipo... Ãhn??
O quê? Cristais são mais que simples pedras?? Ih... Loucura.
DEUSA? O.o


Agradeço cá minha mãe por não ter me doutrinado tanto na religião que fosse. E por ter me criado em ingenuidade também...
Penso que se fosse um pouco mais "esperto" teria deixado passar muitas das "besteiras infantis" que e trouxeram 'té aqui.

Torna-te e te agarra ao que tu és!


Mais abençoados sejam os solitários... Os calados e também os que conversam sozinhos ou criam seus amigos-imaginários. Apesar da solidão dá-se da falta de companhia uma gostosa intimidade-com-você-mesmo! E te poupa de muitas machucaduras...

"...Conhece a ti mesmo..." disse a professora de filosofia.

E 'inda bem que demorei p'ra falar com outros humanos sobre essas questões de espiritualidade ou não as teria desenvolvido. Ruim e voltar p'ra casa chorando sem conseguir secar as lágrimas na manga da camisa...

Deixa! chorar faz bem!! Diz meu pai... Tem toda razão.

É verdade que fugir de determinadas regras pré-estabelecidas pode ser muito prejudicial a sua saúde psico-social e até física!
Mas deixa... "...Chorar faz bem..."(Faz mesmo!)

É fase, há de passar.

Oh! Sorte...
Não passou.

E sozinho enfrentar o dragão da maldade não é nada fácil... Brincar de impossível ante ao perigo da realidade é bastante penoso e trágico. Assim foi p'ra mim, descobrir-me jovem marginal diante do mim-mesmo insuficiente que me bastava... E, entre cacos e restos do que sobrava sempre, cansado do suado labor e insuportável opulento ócio osseo, patético eu fugi de casa quando fui morar sozinho. Fugi dos meus, de mim... Quase sempre achei-me jogado no mato, sujo de mim, agarrado n'um tronco oco abandonado por eu mesmo...

...Mas ninguém sofrerá por eu sem mim chorar...

E para confortar o furacão deixa o trem levar... Que chorar faz bem! Muito bem.

Caminhar nos trilhos ou fora deles depende de escolhas, escolas e acima de tudo sorte!
Sorte? hmm...

Sem sorte nem se atravessa a rua... Mas com sorte é possivel atravessar o mundo todo.

E eu fui.
Aos 14 anos de indade trabalhar e viver a minha maneira que eu ainda não sabia qual era...
Por necessidade quase que biológica! Instinto! Sobrevivência...

'Inda bem que nasci inocente e por razões que a razão já aceita tentei e tento manter o que me resta dessa pureza...
Que perdi-me muito e muitas vezes pelos ventos, pela terra e pelos mares já me resgato e até consigo enxergar o quão em mim essa 'fase' que não passou me empurrava para situações malditas, que hoje repudio amorosamente, fazem [sim!] parte do que Sou.

Disse uma poetisa: "...Perder-se também é camminho..."

Como encontrar-se ninguém te dirá criança!

Hoje grita o filósofo: "...Caminhante, Não há caminho! O caminho se faz ao passar..."

'Conteceu que, mesmo do avesso, encontrei-me novamente! Graças!!
Para voltar ao mal hábito(hábitos maléficos) de perder-se outra vez... E de perda em perda, de dor em dores 'inda maiores, d'um limbo a outros voluptosos infernos travestidos era minha sombra quem procurava seu reflexo em meu ser. Não deu-se de maneira tão doce como a da infância a temporal troca das peles... Em ânsia tremenda e prazer inverso e lancinante no buraco eu me enterrei e por muito tempo com todas as forças chorei, chorei...

A esperança morreu bem antes da fé.
E foi a inocencia a primeira a renascer.

Pela mão, trouxe-me outra vez junto da pureza transcendental do não resistir.

E foi mais uma vez no seio da terra que eu me encontrei e reencontrei-me...



Oh Fado! que tanto pesou
Tanto hoje eu te amo...
Que eu... Eu sou quem sou

Adjany
com o perdão do adendo
Adjanyn



Gracias a la vida


"...É claro que valeram a pena..."


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