sexta-feira, 16 de maio de 2008

Introdução ao Paganismo

Introdução ao Paganismo

Do latim “paganus” que significa: “aquele que vive da terra”.

O Paganismo é uma religião matrifocal baseada nos ciclos naturais, incorpora em suas diversas manifestações religiosas os princípios do animismo, politeísmo e panteísmo.

Pensemos no ensinamento que remonta ao Egito Antigo: "O que está acima é como o que está abaixo e o que está abaixo é como o que está acima". Compreendemos que este aparente paradoxo busca nos dizer que a natureza dos Criadores é a mesma de suas criaturas. Os pagãos buscam, desta forma, compreender "o que está acima" - seus deuses - conhecendo "o que está abaixo" - a Natureza e seus semelhantes.

O Paganismo procura celebrar a natureza buscando inspiração nas antigas religiões de culto à Deusa, nas celebrações dos ciclos da colheita, no culto do Deus fertilizador da terra e em várias outras expressões religiosas primitivas com uma forte ligação com os ciclos da vida.

Alguns, até, afirmam que o Paganismo Morreu... Sim, pode-se dizer que aquele antigo culto dos pagus (pequenas propriedades agrícolas), a adoração dos antigos deuses, as mágicas danças entre os trigais, as homenagens rendidas através de libações frente a grandes fogueiras... É, podemos admitir que esse paganismo morreu, mas a essência de uma das religiões mais belas do mundo continua viva em nossos singelos ritos em parques urbanos ou até mesmo dentro de nossas casas, em nosso profundo respeito a tudo que é verdadeira expressão divina – a natureza que nos cerca. E no amor ou medo que nos faz segurar o amuleto que carregamos no pescoço em momentos difíceis ou belos... Esse não morrerá nunca!

Cresce o movimento Neopagão, compreendendo as crenças e práticas religiosas de grupos que pretendem ligar-se à Natureza através da recuperação das antigas religiões pagãs. O neopaganismo incorpora às antigas práticas elementos de espiritualidade atéia e agnóstica, reascende a fogueira que por muito tempo queimava com amor-perfeito apenas em nossos corações.

Minha religião baseia-se no equilíbrio, coloca o Homem em contato direto com o divino presente através da natureza, da qual somos parte fundamental.

Resgatando, assim o verdadeiro sentido da palavra ‘Religião’ (Religare = Religar), religar o homem àquilo que ele foi forçado a se desligar.

Nós Pagãos temos como objetivo o auto-conhecimento, a Harmonia Natural, A Compreensão. Buscamos - talvez um novo – equilíbrio do homem com seu meio.

Reconhece o dualismo divino, reverenciando a Deusa (Mãe, Lua e Terra) Criadora de todas as coisas, e o Deus (Pai, Sol e Céu) o poder fertilizador. A energia estática, negativa e magnética é manifestação da força da Deusa, e a energia ativa, positiva e móvel é a força do Deus, ambas opostas e complementares, uma dando origem a outra, e juntas são a manifestação do equilíbrio no Universo.

Por último, nós, pagãos buscamos liberdade do dogma, a liberdade para nos aprofundar no mistério, resgatar o divino feminino, tão esquecido na idade moderna. E pode haver recomendações e guias em cada uma das tradições, mas não há uma bíblia oficial, pois nossa bíblia é o ciclo das estações, nossas canções são as canções da Terra. Não existe nenhuma autoridade central. As experiências dos outros podem nos ajudar a escolhermos nosso caminho, outros podem nos guiar e nos confortar, mas nunca o farão por nós. Somos nossos próprios intermediários até a Deusa e o Deus. Esforçamo-nos para sermos nosso próprio clero. Alguns usam magia porque funciona, assim como a meditação e habilidades psíquicas. Em nada acreditamos cegamente pois o que nos guia é a experiência. Pagãos não simplesmente acreditam, realizam!

Por sermos politeístas, com alegria aceitamos outros pontos de vista sem nos sentirmos ameaçados. Cada um firme à sua tradição, sempre, buscamos fugir do dogma... Muitos, ainda, sentem a raiva e a tristeza das perseguições do passado (muitas vezes presentes) e culpam o dogma e a intolerância... Mas, a maioria não alimenta qualquer opinião e preconceito contra as outras religiões, muito pelo contrario. Nós vivemos e deixamos viver.