Poemas HaghalopusH - Maresia Amadeirada

Maresia Amadeirada

TomeiTomavaTomarei Um GoleTrago De VinhoTintoSecoAmargoÚltimo
E LogoAindaDepois Lembrei Da InjúriaAfrontaOfensaInjustiça
De EstarFicarPermanecer A TemposEras EncarceradoPresoContido
Quanto Tempo...
OuçoEscutoRangem EstalosAgulhasGritos EnguantoPortantoOutrossim SintoPressintoDoem SonhosMemóriasVidas CarburandoQueimandoArdendo
E O AzulCinza-PérolaLilás Sobe Leve e Livre em direção a NetunoCeresJúpiterNetunoPlutão
ÀsVezesAsvezes PareceAssemelha-se EstranhoAlheio
O EntorpecimentoDormênciaTorpor ComeçaIniciaEstoura Pelas
PernasBraçosNucacostaseuTodoEsteserCriadoFilhoDeMeuPai
Não Sei...
CalmoSerenoTranqüiloTranquilo e EngraçadoEstúpidoInsensato
O CorpoCasca AdormeceDormeSonhe E A Mente'Akash' VagaErra
PorEntre OutrasPárias DimensõesProporçõesTamanhosVolumeCoresPsicodélicas
VezesÀsVezesDerepente LongeDepoisAlém E ImpossívelInconcebível
ÀsVezesVezes No MeioCerneNúcleo Da TerraGaiaBioGeoMorfologiaBemAqui BonitaBelaLinda E MágiaInsanaSensciente Como... A InfânciaOvo BásicaSimplesComum Como O SangueQuenteTotal Que Percorre Meu CorpoVeiasArtérias LentoDemoradoExplosivo
Até Chegar ao CerébroHipotálamoMassaCrânio...
A DormênciaTorporEntorpecimento
ChegouEncontrouConquistou Quem Sabe O CoraçãoÂmagoMedula... JáEnfim Sinto-meVejo-meSou BrilhanteReluzentePulsante Como CordasFiosTeias De ViolõesViolinosEstradivários...SinfoniaCânticoOde Dos Sonhos Dos Desejos
Ruído Das FugasRefúgiosSubterfúgiosMuros,

O Que Você Escolheria?

Hagal

Poemas HaghalopusH - Ponteiros

Ponteiros
Sobre o Tempo


As circunstâncias me truxeram a tal enigma:
Sou eu quem corro, ou o tempo que vai devagar?

Nem Eu, Nem Ele.
Pois é a sorte incerta que corre contra nós, contra todos...
E os ponteiros, malucos, como eu,
Tentam acompanhá-la.

Desvio das horas como se fossem
Flechas disparadas contra meu peito,
Nenhuma; Algumas; Todas; Muitas
Me acertam...
Escorrem, Vermelhos, Os minutos.

Meu semblante cansado e triste
Expõe toda uma espécie de satisfação.
Variada. Fascinada. Alucinada.

Sinto-me leve e livre...
Se é que ainda estou vivo,
Estou atrasado.

displicentemente recolho as mágoas e promessas
E disparo louco...
Como o lampejo do raio insano.
Veloz. Elétrico. Chocante.
Porém, Acima de tudo, Efêmero.
Transitório. Temporário. Provisório.

E segundos depois já sou outro,
E depois outro, E mais outro.

Mais um transeunte solitário...
Apartado. Desviado. Ausente.

Contenho-me apenas em meio as batidas de um coração.
Não!
Não mais pulsa em meu peito dilatado.
Mas então quem? Ou o quê?


Há de ser a velocidade ladeira abaixo.
Aqui estou eu! A beira do abismo!
Eis a oportunidade...

E nesse último segundo.
Nesse último centésimo, Milésimo de tempo.
Direi assim:
...

Não há mais tempo.
...Aqui tudo fenece...
Tudo Falece.



Hagal