Sem escudos, nem espadas, me perco em meus sonhos.
Sem sombras nem moldura, pendurado no vazio,
Um quadro antigo, sem nenhum sentido.
Um corpo decapitado surgindo de uma planície de cor indefinida.
Sinto o desespero de um objeto em queda livre.
A vontade de gritar torna-se uma sublime gota de sangue.
E uma voz indiferente me diz: Olhe de novo!
Fechei meus olhos e cai do alto de um grande abismo.
O vento então cessou a pulsação das horas
E um anjo negro abriu suas asas de sombra.
Senti medo, terror, muita, muita dor. Mas a certeza da queda me confortava
De olhos bem fechados abri meus braços
E indaguei o silêncio com ares de inquisidor
Surpreso fiquei ao ouvir a resposta que soou
Como uma melodiosa canção de dor.
Aonde os caminhos se cruzam?
Foi ali, exatamente ali, que vi meu sonho adquirir cor.
Num caminho pálido e imóvel vi meu pranto ceder sem controle.
Sim, chorei sem culpa e me lamentei sem sofrimento,
Apenas observando a distorção do tempo escorrendo pelas minhas mãos
E talvez até pudesse me levantar e continuar a andar,
Mas aquelas lágrimas mudas me eram estranhamente familiares,
E uma outra paz, mórbida, difícil de explicar, retardava meus reflexos
Apresentei-me a morte e fui rejeitado.
O vento gélido soprando sem piedade,
Levando embora meus sonhos e minha vontade de viver.
Um peso morto, no chão, pensando no resto de tudo que ficou,
Escrevendo como um louco numa manhã sem Sol.
Você até pode virar as costas e me deixar sozinho
Mas nunca irá embora de mim
Pois meu vulto mudo caminha ao teu lado
E você não saberá em que encruzilhada ele vai te abraçar
Eu sei! Aqui. Sabe? Aqui!
HaghalopusH
Um comentário:
HaghalopusH! Assinei assim porque era o pseudônimo que usava quando comecei a escrever... foi, este poema, meu segundo escrito. :)
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