"O Gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero manifesta-se em todos os planos."
Temos, amigos, todos um lado feminino e um lado masculino.
(sem cair no clichê, mas...)
O Universo é assim! São, essas, duas forças opostas e complementares. O nosso anima (poder feminino) e o animus (poder masculino) devem estar sempre em harmonia.
Como escrevi em outro artigo:
O Paganismo reconhece o dualismo divino, reverenciando a Deusa (Mãe, Lua e Terra e Flora) Criadora de todas as coisas, e o Deus (Pai, Sol e Céu e Fauna) o poder fertilizador. A energia estática, negativa e magnética é manifestação da força da Deusa, e a energia ativa, positiva e móvel é a força do Deus, ambas opostas e complementares, uma dando origem a outra, e juntas são a manifestação do equilíbrio no Universo.
Feminino e Masculino são imanentes a todo ser-vivo. Fisicamente através do sexo, os hormônios e a perfeição da união dos gametas... Em nível mental alguns valores evocam o Masculino ou Feminino, essencialmente... Estamos sempre buscando equilíbrio espiritual que pode ser encontrado no maravilhoso movimento sempiterno que tudo conduz e reúne, no equilíbrio desses dois conceitos que tudo permeiam. No entanto, esta integralidade foi sendo dividida pela sociedade patriarcal, que culturalmente reduziu os valores apenas a um ou outro sexo.
Desta forma, poder, força, ordem, dever, competitividade, razão, lógica, abstração, que são valores genuinamente masculinos, ficaram restritos ao homem. Os valores femininos tais como, emoção, sensibilidade, intuição, perdão, cooperação, sensualidade, fertilidade, cuidado em relação ao outro, que são valores atribuídos ao sexo feminino, ficaram restritos à mulher.
A partir desta verdadeira “cirurgia cultural”, o anima passou a ser indistintamente sinônimo de mulher, assim como animus de homem. Em ambos os casos o Ser ficou restrito apenas a uma parte dos seus atributos.
[Simples assim - racionalização oculta.
Somo inteiramente, toda célula que nos formam, dependentes desse equilíbrio. Alienar-mos, restringindo-nos ao nosso gênero nos impele ao conflito interno, “este conflito nos faz sofrer e o sofrimento nos enfraquece” físico, mental e espiritualmente.]
Esta destinação cultural dos atributos humanos só recentemente começou a ser desmistificada. Quem de nós não conhece inúmeros exemplos de mulheres extremamente competitivas, que não hesitam em usar sua força e seu poder para atingir seus objetivos, mesmo que a custa da destruição do outro, ou da outra? Da mesma forma que, quem de nós não poderia citar inúmeros exemplos de homens intuitivos, sensíveis, que pautam suas vidas pelo profundo sentimento de cooperação e pelo cuidado em relação ao outro? Também não é difícil compreender que os valores femininos e masculinos inerentes ao Ser não se referem às opções sexuais de cada um.
Para ser sensível, o homem não precisa renunciar à sua masculinidade, tampouco a mulher, para fazer uso da lógica, da razão e da abstração, não precisa deixar de ser feminina. Hoje estamos descobrindo que os valores inerentes ao feminino e ao masculino guardam uma relação muito mais profunda com a postura ética de cada um, com sua visão de mundo e com seu crescimento interior do que com o sexo, preferências sexuais, ou mesmo com os gêneros.
Nos mais variados mitos da criação os povos se referenciam ao masculino como sendo Ouranos, o Céu, e ao feminino como sendo Gaia, a Terra, de cuja união tudo se originou. Masculino e feminino, portanto, fazem parte do transcendente.
(Neide Miele - Autora é Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Coordenadora do Curso de Especialização em Ciências das Religiões, da Universidade Federal da Paraíba.)
É preciso, hoje, urgentemente! Recuperarmos nossa humanidade...
Novamente estabelecermos o equílibrio, externo e interno, a nível social, ambiental e espiritual!
E que esses conceitos nos valham em nosso despertar e ao trilharmos nosso caminho!
Eu iria escrever sobre os arquétipos, mas resolvi pensar um pouco, antes de tudo, sobre a interação dos dois e como isso é importante p'ra cada um de nós... gostei muito do resultado. logo continuo a escrever o texto sobre a Deusa e o Deus pagão...
Especialmente a Anaxilê... E os amigos de verdade!
E a todos os que estiverem lendo.
Hagal
!Bênçãos D'Eles!
3 comentários:
Há um bom tempo que já não consigo entender o Universo sem a dualidade e onipresença dos Deuses.
Não é somente pelos rituais que cantamos à Mãe Lua ou ao Pai dos Campos; mas em todos os momentos de nossas vidas que lembramos a Mãe de tudo e o Pai de tudo.
Belo texto, como de costume.
Forte abraço,
Diannus.
E imanentes a toda criação!
Pela teogonia são sagrados e não obstante, passíveis de culto.
"...Nada pode der maior..."
:D
Fugindo das discussões sobre politeísmo ou até duoteísmo somos essencialmente PANTEÍSTAS, pois nossos deuses e deusas não são representados pela Lua ou Sol, pelos animais ou os campos... ELES SÃO!!! Residindo na essência de tudo e do todo.
Grande Abraço Fraterno!
malema, querido...
adorei...
Eternos abraços calorosos,e beijos que nos predam um ao outro...
Postar um comentário